quarta-feira, 11 de julho de 2012

Venda de motos no atacado cai 13% no primeiro semestre


No varejo, setor já acumula queda de 7,58% nas vendas
No primeiro semestre deste ano foram comercializadas no atacado – das montadoras para as concessionárias – 897.252 unidades, queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. No comparativo com maio, a retração de junho foi um pouco menor: 8,2%, com a venda de 138.835 unidades, ante 151.316 do mês anterior. Segundo a Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motos, o principal fator responsável pela crise vivida pelo setor é a maior seletividade e rigor enfrentado pelos consumidores para a liberação de crédito.
No varejo (ou seja, vendas diretas ao consumidor), os números mostram um quadro ainda mais negativo. Com 123.946 unidades emplacadas em junho, o segmento apresenta queda de 17% em relação a maio, e de 23% em comparação com o mesmo mês do ano anterior (161.766). No acumulado do ano, a baixa fica em 8% – 848.530 ante 918.137 motos licenciadas em 2011.
“O comprador é, em sua grande maioria, das classes C, D e E, muitas vezes com dificuldades para a comprovação de renda e alto índice de endividamento. Hoje, de dez fichas cadastrais enviadas ao agente financeiro, oito são recusadas”, afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, dizendo que o perfil padrão do comprador de motocicleta sofre diretamente o impacto da seletividade, já que as condições atuais de financiamento, com entrada de 20% e parcelas reduzidas, já dificultam, por si só, as vendas, conclui Fermanian.
Queda nas vendas já afeta produção de motos e pode gerar demissões nas fábricas
A Abraciclo até tenta pressionar as autoridades e sensibilizar os agentes financeiros, mas a curto prazo não há nenhuma luz no final do túnel e o mercado de duas rodas pode voltar a patamares de 2010, ano em que foram licenciadas 1.803.864 unidades. No início do ano, a previsão era de dois milhões de motos emplacadas. Agora, reflexo das baixas vendas e produção, o temor é que as fábricas comecem a demitir no Polo Industrial de Manaus (PIM). Atualmente, o setor de duas rodas gera 20 mil empregos diretos.

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