sexta-feira, 27 de julho de 2012

Dafra Next 250 X Honda CB 300R X Kasinski Comet GT 250 X Yamaha Fazer 250


Frente a frente, Dafra Next 250, Honda CB 300R, Kasinski Comet GT 250, Yamaha Fazer 250. Quem é a melhor?

Meio-médias ligeirasOctógono das "meio-médias ligeiras" está se fechando. O ringue está lotado com os novos lançamentos de 250 street. A campeã, aparentemente imbatível em casa, é a Honda CB 300R, que tem surrado consistentemente a Fazer 250, mesmo após o rejuvenescimento que a Yamaha sofreu em 2011, e a Kasinski Comet GT250. Agora é a vez de a recém-chegada taiwanesa Dafra Next 250, da Sym, mostrar seus músculos.

Se a primeira impressão é a que conta, a CB parte para cima. Todas as motocicletas agradam bastante, com visual moderno e de linhas agressivas. As três têm faróis em formato de escudo, recém-adotado em algumas delas. Adivinhe quem abandonou primeiro o farol redondo, hoje relegado a versões custom ou saudosistas? A Honda é a única também a integrar o conjunto óptico ao painel, em um só bloco.

Reestilizada em 2012, com a adoção do farol trapezoidal e o afilamento da rabeta, a Comet é a única que não recebeu nenhum aparato aerodinâmico, como defletor de ar ou spoiler. Nas demais, vincos e aletas de direcionamento do vento para a refrigeração do motor são bem definidos. Na CB, as asas sob o tanque são mais discretas, camufladas na cor preta. Yamaha e Dafra trazem peças pontiagudas, agressivas e visualmente destacadas, da mesma cor da moto. A Dafra Next é a única a ter um spoiler sob o motor, que valoriza o visual esportivo.

Na Next e Comet, os bancos são bipartidos. A Fazer e a CB têm banco inteiriço em dois níveis, ressaltando a ergonomia, virtude das combativas japonesas. A posição de pilotagem, o conforto e a maciez do banco da Fazer e CB permitem rodar por mais tempo sem sacrifício nem incômodos exagerados, devido à boa densidade da espuma. Next e Comet também têm boa ergonomia, mas a espuma do banco, mais macia e menos espessa, não ajuda em tiros mais prolongados.

A Comet GT 250 propõe posição mais esportiva. Perde em conforto com isso, com banco mais baixo, pedaleiras recuadas e guidão mais largo. O tronco do motociclista fica à frente, sobre o tanque. Quem é mais baixinho fica quase deitado sobre o depósito, posição que exige que o piloto se ajeite constantemente, como numa cadeira de cinema durante um filme ruim.

Tambor sem ABS


Rodas de liga e freio dianteiro a disco são comuns a todas, mas só a Kasinski tem dois discos na frente. Cabe à CB 300R o duvidoso privilégio de ser a única a montar um antiquado freio a tambor na traseira, na versão básica. Quando vem com ABS combinado, como na versão testada, também tem o disco traseiro. Por falar nisso, a Honda é a única a oferecer o sistema de freios antibloqueio nessa classe.

Três dos motores deste teste são monocilíndricos e apenas a Comet GT 250 monta um bicilíndrico em V. Mas, apesar de monocilíndricos, os três motores têm arquitetura bem diferente. O cabeçote da Honda CB 300R tem quatro válvulas e dois eixos-comandos de válvulas. A Dafra Next também tem o cabeçote multiválvulas, mas um único eixo de acionamento para as quatro. A Yamaha, privilegiando o torque em baixa, tem apenas duas válvulas e um só eixo-comando. A Comet tem quatro válvulas por cilindro e duplo comando.

Acelerá-los um após o outro é quase como fazer uma degustação de diferentes motores pequenos. O nível de vibração do motor é menor nas motos japonesas, mas as diferenças dinâmicas vão bem mais longe.

A CB 300 transmite mais força nas acelerações, o torque é mais intenso e começa logo nos giros iniciais. Ela fez a melhor marca na prova de aceleração de 0 a 100 km/h, registrando 9,6 segundos. A segunda mais rápida nessa medição foi a Comet, que chegou em 10,4 segundos. Dafra e Fazer fizeram a prova em 12,1 e 12,4 segundos, respectivamente. Apesar de a potência e o torque declarados por Honda e Dafra para suas "médio-ligeiras" serem muito próximos (26,5 cv a 7 500 rpm da primeira contra 25 cv a 7500 rpm da segunda), todas as medições de retomada foram melhores para a CB 300. A Fazer, com 21 cv a 8 000 rpm, superou a Next nas retomadas e só perdeu para a Comet no tempo levado para passar de 80 km/h, estabilizados, a 100 km/h.

Nas quatro motos as suspensões transmitem segurança. A mais precisa é a da Yamaha, que sacode menos, principalmente nas curvas de alta. Em seguida vem a Honda, capaz de copiar bem as irregularidades do asfalto, porém mais inquieta nas curvas de alta. A Next transmite parte das vibrações para o corpo, e também chacoalha em alta velocidade. A Kasinski é a que tem as suspensões mais macias e por isso mesmo a que mais balança ao contornar curvas de alta velocidade.

Quanto aos freios, todas têm conjuntos bem dimensionados. A Honda CB 300R apanha na versão com freio a tambor, mas nocauteia as concorrentes ao oferecer o sistema C-ABS, um incremento e tanto na segurança. Na Next, a tubulação revestida de malha de aço é um bom recurso contra frenagens "borrachudas" e é menos suscetível ao fading. A perda de desempenho causada por aquecimento, também chamada de fadiga, foi justamente o problema que apresentaram Fazer e Comet, esta apesar de seus dois grandes discos frontais.

Com preço sugerido de 10 190 reais, a Next é a mais barata, seguida pela Comet, a 10 990 reais. Na outra ponta está a CB, a mais cara, por 11690 reais na versão básica e 13390 com C-ABS, como na versão testada. Completa a lista a Fazer, com preço de 11 279 reais. Infelizmente para o nosso bolso, aqui a hierarquia ditada pelo preço não é desmentida: a mais cara é mesmo a melhor. É também, de longe, a mais vendida. Ô, vida...


4 ° KASINSKI COMET GT 250


TOCADA

A posição não é das mais confortáveis. A moto é parruda, mas tem boa maneabilidade.
★★★

DIA A DIA

Pode ser um pouco cansativa. O corpo do condutor fica jogado à frente, sobre o tanque, e as pedaleiras são bem recuadas.
★★★

ESTILO

Imponente, é a que parece maior entre todas. Também é bonita e agressiva.
O novo conjunto óptico valorizou o visual.
★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO


O motor demora
para subir de giros, mas, conforme vai ganhando rotação, fica mais vigoroso.
O câmbio tem engates bastante precisos.
★★★★

SEGURANÇA

Tem boa estabilidade, mas a torção do chassi faz-se notar nas curvas em alta velocidade. Os dois grandes discos de freio frontais garantem boas frenagens.
★★★

MERCADO

A Kasinski vem trabalhando intensamente modelos e revendas, mas ainda perde bastante valor na segunda venda.
★★★


3 ° DAFRA NEXT 250

TOCADA


Seu porte é avantajado, mas é agil e fácil de direcionar. Vai bem entre os carros.
★★★★

DIA A DIA


O banco macio demais pode tornar o uso diário cansativo, principalmente depois de muitas horas.
★★★

ESTILO


Vistoso e sem parafusos à vista. A combinação de cores valoriza o pacote visual.
★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO


O motor tem boas respostas e está bem próximo dos demais monocilíndricos, mas o câmbio é impreciso e vez por outra aparecem neutros fantasmas: seriam "pontos mortos"?
★★★

SEGURANÇA


Boa de suspensão,
é firme. Os freios têm tubos com malha de aço e os pneus ajudam na aderência em todas as condições.
★★★★

MERCADO

Nova, ainda não construiu reputação. O primo scooter Sym Citycom é
um baita sucesso.
★★★


2 ° YAMAHA FAZER 250

TOCADA


Com excelente estabilidade, a rigidez da suspensão a faz ótima para contornar qualquer tipo de curva.
★★★★

DIA A DIA


Ótima para uso diário: ir e vir ficam divertidos, além de ser econômica.
★★★★

ESTILO

Ficou atual e moderna depois de seu face-lift. As linhas chamam atenção pela sobriedade.
★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO



O comando simples no cabeçote a deixa um pouco mais lenta que a Honda nas respostas ao acelerador.
O barulhinho persiste, mas é inofensivo, ainda que chato.
O câmbio é preciso.
★★★

SEGURANÇA


Boa de estabilidade
e firme nas curvas, seus freios respondem à altura. Faltou
a opção do ABS.
★★★★

MERCADO


Neste quesito, é a segunda mais barata e conta com uma boa rede de concessionárias. Também perde pouco na revenda.
★★★


1 ° HONDA CB 300R

TOCADA


Tem boa ergonomia,
é confortável e permite acomodação de qualquer biotipo.
Em alta velocidade, oscila nas curvas.
★★★★

DIA A DIA


Agilidade não lhe falta: o maior inconveniente é o interesse dos gatunos pelo modelo.
★★★★

ESTILO


Foi a precursora dos faróis em formato de escudo. Suas linhas ainda são atraentes e lembram as irmãs Hornet e CB 1000R.
★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO


O melhor motor da categoria, tem bom torque desde baixas rotações e é elástico. Seu câmbio é
muito preciso.
★★★★

SEGURANÇA

Seria melhor com disco também na traseira da versão básica. Com C-ABS, não tem para ninguém.
★★★★

MERCADO


Líder absoluta, tem ótimo valor de revenda e a maior rede de concessionárias.
★★★★

2 comentários:

  1. faltou dizer que a CB300 toma um gole maior que as outras, apesar de ter "um pouco" mais de fôlego, sua velocidade final não é o bicho e fica no páreo com as demais 250cc, por ser uma 300cc está bebendo como se fosse uma 600cc e andando pouco mais que uma 250cc. Final da Fazer 151km/h - Consumo médio VIAJANDO (cruzeiro entre 90km/h e 110km/h) = 29 a 33km/l CIDADE = 25 a 28km/l... Final da CB300 155km/h - Consumo médio VIAJANDO = 21 a 25km/l CIDADE = 20 a 23km/l ... testei as duas apenas quando me refiro a viagem cito como exemplo minha recente ida ao Peru 8.000km com garupa e carga e minha recente ida ao litoral Catarinense sozinho e com baú carregado. (O mesmo trajeto foi feito com as duas motos).
    Outra questão é o valor da revisão na concessionária, levando em conta apenas o uso de peças originais a Yamaha dá um banho nos assaltantes da marca da asa, o valor de revisão que é cobrado para uma Fazer 250cc é inferior ao cobrado para a manutenção de uma CG 150cc.
    O valor de depreciação da Yamaha é bem maior, porém se botarmos na ponta do lápis a diferença de MIL QUILÔMETROS entre trocas de óleo (Yamaha a cada 2000km, Honda a cada 1000km), Revisões da Yamaha a cada 5000km e Honda a cada 4000km, valores das revisões que dá Honda giram em média de 20% a 30% mais caros (sem contar peças paralelas, apenas concessionárias)...
    Meu voto fica na inovação, tecnologia, economia e conforto da Yamaha, essa sim é uma moto para o dia-a-dia, gostaria muito de testar as outras, mas como na minha região não tem concessionárias...só posso falar do que eu testei!

    ResponderExcluir
  2. Trocas de óleo da CB300R são feitas a cada 3000km conforme manual do proprietário.

    ResponderExcluir