domingo, 29 de julho de 2012

Triumph Tiger 1200 chega para brigar com a BMW GS Adventure.



A Triumph chegou com vontade ao segmento das motos de aventura, num processo que se iniciou em 2006 e que levou ao desenvolvimento de um modelo completamente novo.

A grande inspiração não podia deixar de ser a BMW R 1200 GS, um modelo consagrado e com milhares de exemplares vendidos por todo o planeta, despertando obviamente a concorrência para a disputa de uma fatia neste apetitoso bolo comercial. Assim sendo, não é de estranhar a cilindrada de 1200cc, o eixo cardã, ou até mesmo detalhes estéticos que criam uma silhueta “familiar” com a moto germânica. Mas os objectivos da Triumph estão definidos desde o primeiro dia, criar uma moto confortável para duas pessoas, fácil de utilizar, que seja durável e muito confiável e com muitos acessórios disponíveis para os aventureiros.

Poder Tri-partido

Os três cilindros que dão alma (e que alma...) à Explorer foram desenvolvidos exclusivamente para este modelo. Não houve o aproveitamento de uma base existente, como foi feito para o motor da Tiger 800 com a unidade de 675cc da Street Triple, este motor de 1215cc, gera 137cv e foi desenhado para mostrar a menor quantidade possível de tubos e fios à vista, melhorando a confiabilidade mesmo em caminhos difíceis.



Todos estes desenvolvimentos, permitiram aumentar os intervalos de manutenção programada para os 16.000kms. A Triumph equipou este modelo com injeção electrônica, acelerador electrônico “ride-by-wire”, controle de tração, ABS e cruise control. O controle de tração e o ABS são desligáveis a partir do punho esquerdo numa operação que leva apenas alguns segundos. Os bancos são reguláveis em altura com duas posições, bem como o parabrisa que também é regulável manualmente através de dois parafusos. Na balança a Explorer marca 260kg em ordem de marcha, um valor elevado, mesmo que dinamicamente esteja bem disfarçado. Para lidar com a habitual parafernália de equipamentos elétricos que os usuários deste género de motos gosta de montar, a Triumph equipou a Explorer com um alternador de 950w e uma potente bateria.

Exploradora



O primeiro destaque da Explorer vai para o seu motor, um som cativante e viciante que nos faz querer continuar a viagem e uma enorme potência e linearidade. A saída desde baixas rotações é boa, mas por volta das 5,000rpm, o que em sexta marcha nos coloca nas velocidades legais em auto-estrada, a Explorer é super suave e com muito poucas vibrações, bastando enrolar o cabo para disparar a velocidades muito pouco recomendadas para a saúde da carteira de habilitação. A transmissão por cardã é excelente, de uma suavidade a toda a prova, sem solavancos ou reações menos positivas. Os consumos podemos considerar normais e dentro da linha da concorrência, com valores entre 15 e 16 km por litro.




Não sendo uma moto leve, a nova 1200 da Triumph é uma moto bastante dinâmica, o peso está bem disfarçado e o centro de gravidade apesar de elevado não prejudica as manobras a baixa velocidade. Não é uma moto pequena, mas ficamos sentados nela, integrados com as suas linhas e a sensação de controle é muito boa, a zona de encaixe com o tanque é estreita, dando confiança desde o início. O conforto é muito bom, excelente banco e proteção aerodinâmica, com o parabrisa ligeiramente levantado, numa fácil operação manual, a viagem foi feita sem as tradicionais turbulências no capacete. Apesar do conforto, a ergonomia não pareceu tão bem estudada, a forma e o ângulo em que os braços ficam sobre o guidão é pouco natural, ficando o corpo muito inclinado para a frente numa posição menos habitual para este tipo de motos. A estabilidade está sempre assegurada e a estrada aberta é claramente o ambiente em que a Explorer melhor se sente.




Em piso irregular a Explorer é confortável, as suspensões Kayaba, uma telescópica invertida de 46mm e um mono-amortecedor traseiro, ambos ajustáveis, funcionam bem. As regulagens escolhidas de fábrica são no entanto muito macias para outras condições e o potencial desta Triumph fica comprometido numa estrada de curvas ou até mesmo em fora de estrada, com as suspensões não tendo uma resposta à altura do restante conjunto. Este problema surge até nos momento de frenagem, que é excelente, forte ou progressiva conforme o comando aplicado e com o ABS não se mostrando muito intrusivo, com a suspensão afundando e prejudicando a trajectória de entrada em curva. Apesar desta necessidade de ajuste, a Explorer faz curva muito bem, apenas as pedaleiras colocadas numa posição baixa, fazem os pés tocar frequentemente no asfalto.



Fora de estrada as dimensões e peso fazem-se sentir, no entanto a Explorer sai-se bem de quase todas as circunstâncias, com o ABS e controle de tração desligados e com uns pneus menos estradeiros, não haverá muitos trechos que esta 1200 não deixe de fazer em comparação com as suas rivais, dependerá mais da vontade e habilidade de cada condutor.



A Triumph criou um adversário de peso para as outras grandes trails do mercado, com um bom pacote tecnológico, um excelente motor e uma estética agradável o preço também pode ser um fator de escolha lá na Europa, já que custa 15.411€, menos do que o cobrado pela BMW. Quando chega no Brasil? Talvez até o fim do ano, já que a Triumph anunciou sua volta para o país em Outubro próximo.

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