segunda-feira, 9 de julho de 2012

Suzuki Bandit 1250, a velha gerreira ganha fôlego novo.



É bem verdade que a Bandit 1250, dotada inicialmente do motor 1200 refrigerado a ar e óleo, já teve dias mais glamurosos. Quando foi lançada na Europa, em janeiro de 1996, ela se destacava por ser uma moto que trazia uma forte inspiração retrô, como por exemplo o farol redondo e o acabamento externo do painel cromado, o que conferiu ao modelo não só sucesso instantâneo, como personalidade e, sobretudo, carisma.

Com o passar dos anos, este que era o seu grande diferencial foi se perdendo, pois ao seguir as tendências estéticas a Bandit foi se tornando apenas mais uma. Mas afinal, o que essa naked tem de tão especial para que muitos ainda continuem a desejá-la? Para dar a você resposta
a esta pergunta e sentir como é a versão 2012 do modelo, rodamos 600km dos mais variados tipos de estradas. Acredite, quilômetros reveladores.

Cinco da manhã é um bom horário para tentar fugir do trânsito numa cidade grande certo? Pois nos primeiros minutos de teste com a Bandit 1250 não foi bem assim. Graças a um acidente envolvendo um caminhão parte da pista ficou praticamente parada. ocasião em que pude constatar o quanto esta moto pode ser ágil em uma condição de uso desagradável como esta. por não ter carenagem, sua largura total de 790mm permite uma circulação relativamente fácil entre os carros. Outro fator que também ajuda no uso urbano é o seu raio de esterço, qie por ser bem superior ao das motos carenadas, permite que manobras como um retorno sejam feitas com facilidade.

Como o sol ainda não havia dado as caras, o novo farol multirefletor também pôde ser avaliado. Principalmente em rodovias, onde geralmente não há iluminação pública, ele se mostrou potente e com facho de luz bastante preciso.

A rabeta foi remodelada assim como o farol.
Mas foi quando o mar de carros ficou para trás e a Bandit começou a engolir quilômetros de estrada livre à sua frente que enfim pudemos sentir seus maiores dotes. o primeiro deles a chamar nossa atenção foi o motor. Mesmo não sendo ultrapotente, rendendo "apenas" 98cv, o empurrão sentido ao girar de uma vez só a manopla do acelerador é respeitável... e muito viciante!. Por várias vezes me peguei acelerando forte, mais do que devia, só para sentir - e ouvir - a rotação do 4 cilindros em linha de 1255cm³ crescendo.

Graças ao seu generoso torque de 11,01 kgf.m a "míseros" 3.700 rpm, a Bandit responde bem até mesmo em sexta marcha. Suas retomadas são extremamente rápidas, o que é ótimo para quem curte viajar, já que as ultrapassagens são feitas com maior rapidez, consequentemente de maneira mais segura.


Mesmo sendo uma moto pesada, com 247 kg em ordem de marcha, a Bandit necessita de poucos segundos para chegar à velocidade de 200 km/h. E quando isso acontece é preciso juízo, pois o rugido do motor, aquela poderosa "voz" saindo da ponteira de escapamento, são instigantes, música para nossos ouvidos.

Ainda que tanto seu peso quanto sua capacidade cúbica sejam generosos, o consumo de combustível verificado nos 600 km rodados com a Bandit foi considerado satisfatório, alcançando a média de 14,2 km/l. Graças à capacidade de seu tanque de combustível de 19 litros, sua autonomia é de 270 km.

Na ciclística a coisa muda de figura. É provável que a justificativa dos engenheiros da Suzuki para não equipar a Bandit com suspensões melhores e com mais recursos seja a redução de custos. Tanto na dianteira quanto na traseira, o único tipo de regulagem disponível é o da carga das molas, o que é incompatível para uma moto com o desempenho da Bandit 1250. Por este motivo, o comportamento ciclístico da naked da Suzuki é apenas regular, distante de pretenções mais esportivas. Mas para uma pilotagem mais tranquila ela vai muito bem, não apresentando grandes oscilações em curvas e mantendo-se firme em sua tragetória, permitindo até mesmo mudanças mais bruscas de direção.

O Painel é totalmente novo e está em harmonia com o novo farol


Quando "molestada" numa tocada forte, bastam pequenas imperfeições no asfalto para que ambos pneus deem sinal de que vão escorregar. Caso fosse dotada de mais ajustes, isso provavelmente não aconteceria e certamente  a Bandit seria mais estável não só em curvas, como até mesmo em frenagens mais fortes.

Aliás, quanto aos freios esta naked se saiu melhor que o esperado. Equipada com um sistema simples para uma moto de seu porte e categoria, com duplo disco de 298 mm e pinça dupla de quatro pistões na dianteira, na frenagem a 60 km/h ela percorreu 16 metros até parar. Bom para uma máquina com 247 kg. E por falar em peso, esse é um dos principais fatores, juntamente com o fato de o modelo atingir respeitáveis velocidades, pelo qual a falta de um sistema de ABS é criticável. Motos menores e mais baratas já dispõe deste recurso de segurança.

A ponteira permanece inalterada e denota a idade do projeto.

Em meio a tantos altos e baixos, existe algo na Bandit que está aquém de reclamações e críticas: o conforto. Seja pela boa ergonomia oferecida, pelo posicionamento adequado do condutor, com a triangulação entre os pontos de apoio do corpo garantindo uma postura relaxada, e bom encaixe no conjunto banco-tanque, ou até mesmo pela densidade da espuma do assento, A Bandit - apesar da falta de carenagem - é capaz de permitir viagens sem dores e sofrimentos, inclusive para o garupa.

O preço é alto, R$ 35.900, menos de R$ 2.000 em relação à Honda CB 1000R, mais moderna e potente é sem dúvida o seu maior revés, pois contra um preço pouco convidativo não existe argumento. Mas a velha Bandit, apesar de cara, continua uma grande moto.

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