O segredo mais mal guardado dos últimos tempos vai ser oficialmente revelado nesta sexta feira, dia 10. Segundo a imprensa italiana (Jornal Gazzetta dello Sport, GP One, Sport Mediaset e outros), será divulgado o comunicado oficial do divórcio (consensual) entre a Ducati Corse e Valentino Rossi. Logo depois, será formalizada a nova união de Rossi com a Yamaha Factory Racing.
A informação se relaciona à recusa do engenheiro Masao Furusawa, convidado a chefiar o projeto da Ducati MotoGP, na vaga antes ocupada pelo italiano Felippo Preziozi. O japonês é considerado o “pai da Yamaha M1″, com a qual Rossi venceu 46 corridas e 4 títulos mundiais. Depois de visitas e reuniões, Furusawa declarou que não se sentiria confortável trabalhando “contra” a empresa pela qual ele conquistou seus melhores momentos profissionais e pessoais, preferindo continuar aposentado.
Segundo fontes da Yamaha, Rossi aceitou uma redução substancial em seus vencimentos, estimados entre 3 e 4 milhões de euros por temporada, enquanto que na Ducati a oferta oscilava entre 12 e 18 milhões de euros. Outra concessão de Rossi é manter apenas o “núcleo australiano” (Jeremy Burgess, Alex Briggs, Bernard Ansiau, Brent Stephens e os italianos Alessio Salucci e Matteo Flamigni) da sua equipe.
A Ducati está se recompondo da enorme perda, e sinaliza uma oferta a Andrea Dovizioso, enquanto congela os contatos com Cal Crutchlow, especialmente após o inglês ter “se oferecido” para a Gresini Honda. Além de estar vencendo o duelo com Curtchlow na Tech3, Dovizioso é um exímio acertador de motos, tem mais experiência e é italiano. A Ducati teve pilotos italianos na equipe oficial em 8 dos seus 10 anos de MotoGP, de início com Loris Capirossi, depois Marco Melandri e a seguir Rossi (Casey Stoner e Nicky Hayden foram os representantes em 2009 e 2010).
Na provável “equipe júnior”, com a renovação de Danilo Petrucci na Ioda, os favoritos continuam sendo Scott Redding e Andrea Iannone. Redding andou muito bem no teste de Mugello, e Iannone é um italiano veloz e imprevisível. Os dois “malucos beleza” da Moto2 seriam um bom contraponto aos cerebrais Hayden e Dovizioso.
Em resumo, acho que a mudança de Rossi revela que seu espírito de vencedor falou mais alto do que os milhões da Ducati/Audi/Volkswagen. Ele admitiu a derrota no ajuste da moto italiana e, aos 33 anos, do alto dos seus 9 títulos mundiais, rico e famoso, com menos grana e prestígio, vai começar tudo de novo, colocando a cara no vento a 350 km/h. É o exemplo vivo do refrão do samba, “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.
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