A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (ABRACICLO) participou do XXII Congresso FENABRAVE através de palestra de seu presidente, Marcos Zaven Fermanian, também diretor do Banco Honda, que falou sobre as potencialidades e desafios do mercado de veículos de duas rodas no Brasil.
O Brasil é um mercado em potencial. É o quinto maior produtor mundial de motocicletas e o quarto maior consumidor. É o terceiro maior produtor de bicicletas e o quinto maior consumidor. Em 2011 foram produzidas aqui 2.136.891 motocicletas e vendidas 2.044.532. (*ver nota abaixo). Mas estamos ainda muito longe dos índices de produção-consumo-exportação da China ou Índia.
As fábricas empregam diretamente 25.000 pessoas. Para as motorizadas, são 2.576 pontos de vendas para uma frota circulante de 18,4 milhões, número esse que foi triplicado nos últimos 10 anos. É uma motocicleta para cada 10 habitantes. 25% desses motociclistas são do sexo feminino.
O que é importante é o potencial de crescimento que esse mercado tem no Brasil. No Japão, por exemplo, o mercado já é saturado, pois da produção de 638.987 de 2011, 81% foi exportado.
Nosso caminho é se igualar ao mercado asiático com 5 habitantes por moto, o que deveremos atingir daqui a 10 anos com 40 milhões de motos circulantes para uma população de 200 milhões de habitantes.
MOTOCICLETAS
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PRODUÇÃO
|
VENDA
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EXPORTAÇÃO
|
CHINA |
26.664.957 (2010)
|
19.184.146 (2009)
|
6.285.975 (2009)
|
ÍNDIA |
13.376.451
|
11.790.305
|
2.339.333
|
INDONÉSIA |
8.006.293
|
8.043.535
|
N/I
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BRASIL |
2.136.891
|
2.044.532
|
73.372
|
TAILÂNDIA |
1.376.286
|
1.216.972
|
N/I
|
* Em 2011 o Brasil importou 216.645 motocicletas, sendo 67% com motores até 50 cm³.
Um dado importante: 42,28% dos veículos pequenos que foram emplacados em 2011, foram de duas rodas.
Mas um mercado que teria tudo para crescer, caiu 16% no primeiro semestre de 2012, em relação ao ano passado. Mais de 80% dos financiamentos são para motos de até 150 cc, e o financiamento teve uma retração de 19%. No entanto, no mercado segmentado de motos acima de 500 cc, o crescimento este ano foi de 17%.
O que havia ajudado o crescimento das vendas foi exatamente o financiamento em “48 vezes com zero de entrada”. Com a crise, a inadimplência cresceu, e com ela, a recusa do crédito. Eu acho que, na verdade, o que foi oferecido ao consumidor foi um sonho, e não um crédito, que não teve como ser cumprido.
O mercado existe. E é no mínimo, o dobro do atual. O que não existe é o crédito pessoal. As pessoas querem comprar motocicletas, vão até a loja, preenchem as propostas de financiamento, mas 80% são recusadas.
A relevância da motocicleta e da bicicleta no desenvolvimento da sociedade brasileira é grande.
Mas para que possamos ganhar atenção e credibilidade junto ao governo, e conquistar mais adeptos, é preciso, antes de tudo, melhorar a imagem da motocicleta no Brasil, e a educação.
“A motocicleta se posiciona como uma das mais importantes soluções para o aproveitamento eficaz do espaço viário, além de meio de inclusão de classes socioeconômicas ao transporte individual, facilitando as movimentações de ida e vinda do trabalho e da escola, a geração de renda e os momentos agradáveis de lazer. Há o esforço coletivo em busca da maior segurança no trânsito por meio de equipamentos, treinamentos, campanhas de conscientização e debates. A educação, portanto, ganha mais espaço, embora ainda tenha um longo caminho a percorrer para assegurar a paz, a harmonia e o respeito entre os usuários da malha viária”, declarou Fermanian.
A ABRACICLO afirma que uma em cada quatro motos vendidas no Brasil atualmente é adquirida por uma mulher. Os dados do DETRAN da cidade de São Paulo indicam que 50% dos novos habilitados para motocicletas, são do sexo feminino.
Tem sido feito investimento em tecnologia, segurança e preservação do meio ambiente. É preciso também aumentar a segurança para os motociclistas, que correm risco de vida enquanto se locomovem entre o trabalho e a residência, ou mesmo quando saem a lazer. E isso é um problema social.
De nada adianta o Denatran aumentar o número de aulas de 15 para 30, se as aulas não ensinam de fato a pilotar uma moto. Em recente reportagem feita pelo jornalista Marcelo Freire, que tirou carteira pelo DETRAN de São Paulo, lemos que na primeira aula ele foi instruído a “não utilizar o câmbio nem o freio dianteiro”. Em meus cursos de Direção Defensiva/Evasiva seguidamente escuto de alunos recém-habilitados que aquele foi o primeiro dia em que dirigiram de fato, pois até então só haviam aprendido a andar com a moto ou com o carro.
Foi lançado hoje, o Anuário da Indústria Brasileira de Duas Rodas 2012, um completo guia de informação do mercado de duas rodas no país.
10 fabricantes de motocicletas são associadas da ABRACILCO, o que corresponde a 98% das motos emplacadas.
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* Os dados entre produção-vendas-emplacamentos são divergentes, pois parte do que é produzido é exportado; parte do que é vendido, é importado; e parte do que é vendido, não é emplacado. E o número de vendas no atacado é diferente do varejo.
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