quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ações preventivas evitam acidentes de motos


Especialistas recomendam trafegar sempre na faixa da esquerda, onde os carros já estão acostumados a vê-lo
Tomando como base as ações da Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito, definida pela ONU para o período de 2011 a 2020, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) escolheu a questão dos limites de velocidade para priorizar na Semana Nacional de Trânsito deste ano – de 18 a 25 de setembro. O tema foi “A velocidade pode mudar histórias. Não exceda a velocidade, preserve a vida”. O principal foco da campanha este ano é a conscientização de jovens entre 18 e 25 anos, considerados o grupo de risco, ou seja, os mais vulneráveis aos acidentes de trânsito.
Para se ter uma ideia, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), só em 2011 o Brasil teve 155 mil acidentes de carro e de moto, o que demandou um investimento de mais de R$ 200 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS). Este valor seria suficiente para construir 143 Unidades de Pronto Atendimento (UPAS 24h) e atender a mais de 43 mil pessoas por mês, mesmo número que o perdido em acidentes de trânsito.
O motociclista precisa olhar no retrovisor do veículo que ele segue para saber se está sendo visto
Os dados são alarmantes e realmente preocupam todas as esferas da sociedade, mas como resolver o problema, ou pelo menos reduzir esses números? Além de atividades propostas pelos governos, como seminário de educação de trânsito, Moto Check-up e aulas de mecânica básica, acreditamos que dicas práticas são sempre muito bem vindas. Por isso ouvimos o instrutor de pilotagem do Centro Educacional de Trânsito Honda (CETH em Indaiatuba (SP), Robson Clauss, para saber como podemos minimizar os riscos sobre duas rodas. (por André Jordão)
Confira algumas dicas de pilotagem elaboradas pela iniciativa Piloto Mais, da Honda:
Reduza a velocidade – Todos os especialistas são categóricos ao afirmar que a velocidade é um fator essencial na prevenção de acidentes. Depois de o farol abrir, por exemplo, o piloto precisa esperar um pouco antes de partir. Muitos pedestres desrespeitam o sinal e a faixa, por isso, conte até três e só depois acelere. Não custa nada. Esta ação pode diminuir o risco de um atropelamento e outros acidentes gerados pelo excesso de velocidade.
Pilote sempre equipado – Utilize capacete no tamanho adequado e com faixas reflexivas. Não se esqueça de vestir luvas, um calçado fechado acima dos tornozelos, uma calça de cordura ou jeans e a jaqueta.
Além do capacete, é imprescindível estar de calça, jaqueta, bota e luva, sempre
Curvas – Para fazer uma curva perfeita, diminua a velocidade antes de contornar a curva e mantenha a velocidade constante durante a inclinação da motocicleta. Após a curva, retome a aceleração aos poucos para voltar a motocicleta na posição “reta”. Procure sempre olhar e ficar ligado no final da curva e evite frear quando a motocicleta já estiver inclinada.
Frenagem – Durante a frenagem, o piloto precisa frear de forma simultânea e progressiva os dois freios, pressionar as pernas no tanque para manter o peso na roda traseira, pois boa parte do peso (piloto/motocicleta) se desloca para frente. Fique esperto para não usar bruscamente os freios a ponto de travar as rodas e perder o equilíbrio da moto. Vale lembrar que os pneus devem sempre estar calibrados de acordo com a fabricante e em bom estado de conservação.
PIPDE – Procurar: Fique atento a todas as informações que possam sinalizar situações perigosas. Identificar: Se estiver atento e concentrado na pilotagem, com certeza irá identificar os perigos potenciais. Prever: Após identificar os perigos, preveja o que poderá acontecer.Decidir: Essa antecipação aos perigos permite tomar decisões mais precisas. Executar: Após essa sequência de raciocínio, execute sua decisão com rapidez, firmeza e perícia.
Antever os riscos é fundamental para evitar acidentes 
Posicionamento – Em rodovias, procure ficar no mínimo a 2 segundos de distância dos demais veículos seguindo estes passos: 1) Identifique um ponto fixo a sua frente (pontes, árvores, placas, etc.). Assim que o veículo da frente passar pelo ponto, inicie a contagem “mil e um – mil e dois” pausadamente. 2) Você deverá estar passando pelo mesmo ponto de referencia após esse intervalo de tempo. 3) Se você já passou pelo ponto antes de terminar a contagem, quer dizer que está muito próximo do veículos a sua frente e em caso de emergência não terá espaço suficiente para parar a motocicleta. 4) Realize o mesmo procedimento com o veículo que vem de trás. Procure andar com a motocicleta na faixa central da pista, para ter maior visão e área de escape tanto para a esquerda quanto para a direita.
Cruzamento – Sempre que se aproximar de um cruzamento, reduza a velocidade mesmo estando na preferencial. Olhe para os lados e utilize o retrovisor para olhar para trás por cima dos ombros. Evite a conversão a esquerda e opte por um retorno, é mais seguro.
Condições do piso – Fique atento aos pisos irregulares e com baixa aderência. Sempre que se deparar com essas condições evite o acionamento brusco nos comandos (acelerador e freios) e mantenha a aceleração constante. Tome cuidado também com mudanças bruscas de direção. Como o piso não permite boa aderência podem acontecer situações de desequilíbrio ou derrapagem.
Se a chuva estiver muito forte, espere! E procure manter a viseira sempre limpa e sem riscos
Com garupa (ou bagagem/carga) – Para transporta garupa ajuste a suspensão (caso seja possível) e a calibragem do pneu, peça para a garupa sentar próximo ao piloto, agarrar na cintura e pressionar as pernas junto ao seu quadril ou segurar nas alças laterais, mas sempre mantendo o corpo grudado no piloto.
Adversidades – Pneu furado: Se isso acontecer, segure o guidão com firmeza, pilote suavemente e vá diminuindo a aceleração. Evite reduzir marchas e frear. Diminua a velocidade vagarosamente e saia da rua/estrada. Se você for obrigado a frear, use o freio do pneu bom (que não está furado). Vento constante: Incline a moto contra a direção do vento e dê margem para manobra. Use o PIPDE para identificar quando o vento vai mudar. Pontes e passarelas são locais mais comuns e prédios altos podem contribuir para causar rajadas de vento. Áreas alagadas: evite transpô-las. É difícil avaliar a profundidade da água e velocidade da correnteza. Chuva: Redobre sua atenção, pois a chuva no capacete reduz sua visibilidade e torna a pista mais escorregadia. Nesse momento, atenção redobrada.

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